Com 36 aquisições em 30 meses a antiga Belvitur, agora BeFly, multiplicou seu faturamento por 16 enquanto seus concorrentes quebravam.

O Marcelo Cohen, mineiro, de Belo Horizonte, viu a oportunidade de multiplicar o negócio de turismo da família no meio da pandemia. Enquanto muitas empresas do setor turístico acabaram sufocadas e endividadas, a Belvitur foi às compras.

Com a aquisição de uma das maiores empresas de turismo do Brasil, a Flytour, a empresa mudou de nome: virou BeFly e, com dinheiro em caixa, comprou um total de 36 empresas em 30 meses e criou o que chama de ‘ecossistema de turismo’.

Com isso, multiplicou seu faturamento anual de R$ 400 milhões para uma previsão de R$ 10 bilhões em 2023. A história do Marcelo, da empresa da sua família e desse crescimento exponencial é o tema do episódio #163 do podcast Do Zero ao Topo, que, a partir desta semana, passa a fazer parte do projeto IM Business, do InfoMoney.

Um dia, duas crises

A Belvitur viveu duas grandes crises. E as duas aconteceram exatamente no mesmo dia, com 30 anos de diferença. Primeiro, foi 16 de março de 1990, quando a equipe econômica de Fernando Collor de Mello, recém-empossado presidente da república, anunciou um plano para frear a inflação. O nome oficial era Plano Brasil Novo, mas ele ficou mesmo conhecido como ‘confisco da poupança’. “Naquele dia a gente tinha que pagar as companhias aéreas e não tinha dinheiro nenhum na conta”, relembra Cohen.

A empresa precisaria de um investidor-anjo – que realmente apareceu. “Meu pai, em seu outro negócio, a construtora, tinha, como clientes, os padres de Santo Inácio de Loyola. Esses padres não tiveram o dinheiro confiscado, e se ofereceram para emprestar para o meu pai”, recorda.

Trinta anos depois, em 16 de março de 2020, Belo Horizonte confirmou seu primeiro caso de covid-19. “A gente tinha dinheiro em caixa, mas quando anunciaram que a cidade ia fechar, foi como se anunciassem o fim da nossa empresa”, afirma. O faturamento despencou: foi de uma média de R$ 50 milhões ao mês para uma expectativa de R$ 2 milhões. “Eu me senti acuado, morto, completamente perdido. Tinha 180 funcionários, conhecia todos pelo nome e no fim de semana decidi fechar”, diz… Leia mais em.infomoney. 02/08/2023