Os aportes de fundos de investimento em startups do setor de saúde — chamadas healthtechs — secaram após a euforia no período da pandemia, quando a digitalização do atendimento médico se impôs como necessidade básica.

De acordo com dados do relatório da consultoria Sling Hub em parceria com o Itaú BBA, os aportes em healthtechs caíram 81% no período entre novembro e março, acima da média de 31% entre todas as startups no País. No primeiro trimestre, o total investido foi de US$ 31,3 milhões.

O relatório mostra que a queda nos investimentos em startups não afetou apenas o setor de saúde, mas todos os nichos de mercado. O primeiro trimestre deste ano teve o menor valor captado por startups desde 2020 e o menor número de negócios, considerando o primeiro trimestre dos últimos cinco anos. Os grandes aportes foram os mais afetados pela queda. Os cheques de até US$ 10 milhões caíram 30% em relação ao mesmo período em 2022, enquanto as rodadas acima de US$ 10 milhões despencaram 70%. Nenhum dos grandes aportes foi para negócios de saúde.

Investimento para healthtechs seca após euforia na pandemia

Diante da virada do cenário macroeconômico mundial, com inflação e juros altos tirando a liquidez do mercado, mesmo as healthtechs capitalizadas precisaram rever suas projeções de crescimento e fazer ajustes na operação, resultando em demissões de funcionários. Entre as startups de saúde que cortaram efetivo estão nomes como Memed, Mevo, Alice e Sami.

A freada brusca dos investimentos de fundos de venture capital não se refletiu proporcionalmente no número de fusões e aquisições, apesar de também ter caído. De janeiro a março, foram fechados 73 negócios, queda de 21% no período.leia mais em Estadão 17/05/2023