Ponta é o novo nome da empresa que nasceu da fusão entre a Gestão Agropecuária (GA), de sistemas de gerenciamento para a criação de gado, e a Intergado, de pecuária de precisão, há pouco mais de um ano. Cofundador e líder de estratégia da companhia, Marcelo Ribas afirma que a sinergia dos negócios deve acelerar o crescimento das vendas: a companhia projeta um aumento de receita de 150% até 2026, quando o faturamento deverá chegar a R$ 47,9 milhões.

A expansão no mercado brasileiro e também o aumento das vendas ao exterior devem ser os motores do forte crescimento que a companhia projeta. Hoje, a empresa exporta para oito países de quatro continentes. Além disso, o portfólio de tecnologia tende a crescer – ontem, a empresa anunciou que uma solução para o monitoramento da ração administrada no cocho está na fase final do desenvolvimento e deve chegar em breve ao mercado.

“Existe um problema para o confinador que é a necessidade da atuação humana para avaliar quanta comida existe e se é preciso colocar mais ou menos. Muitas vezes, há uma sobra, e o confinador joga fora um dos itens mais caros. Em outros momentos, falta ração, e ocorre um estresse no animal”, explicou Ribas.

Ponta alinha planos após concluir fusão

Ele defende que o pecuarista precisa investir em tecnologia para melhorar seu rendimento em um quadro de aumento dos custos de produção. Segundo dados da Ponta, o investimento por animal confinado deve aumentar 1,7% neste ano, chegando a R$ 1.667,16. A nutrição animal deve subir 2,2% em relação a 2022, para R$ 1.492,65 por cabeça, representando quase 90% do todo.

“Fizemos um exercício com um pecuarista, e o ganho faria a ferramenta se pagar em três meses”, comentou. Ele avisa que as dez unidades fabricadas para este ano já estão comprometidas com confinamentos-modelo, mas a ideia é aumentar a produção para atender uma fila de espera de produtores do Brasil e da América Latina.

O modelo de negócios se baseia na prestação de um serviço. “A máquina vem no pacote. Entendemos que se tentássemos vender, o valor seria mais alto, e o custo de entrada pode fazer o produtor postergar a tomada de decisão. Queremos que ele perceba os ganhos mês a mês”, disse.

A Ponta herdou das empresas que deram origem a ela uma base com 7 milhões de cabeças de gado, entre animais confinados e criados a pasto, um rebanho que vale, ao todo, R$ 22 bilhões. As tecnologias da empresa ajudam também frigoríficos e empresas ligadas à pecuária a apoiar clientes e fornecedores no uso racional de insumos.

Paulo Dantas, também cofundador e CEO da Ponta, explica que a GA e a Intergado atuavam em elos diferentes da cadeia. Juntas, as empresas querem encurtar a distância entre o que os cientistas desenvolvem e o que está sendo usado nas propriedades brasileiras… leia mais em BeefPoint 13/04/2023