Ao lado das SAF, o agronegócio, finanças verdes e criptoeconomia formam quatro pilares que vão ajudar nesse crescimento.

As sociedades anônimas do futebol (SAF) são umas das vertentes que devem impulsionar o mercado de capitais brasileiro, na visão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Segundo o presidente da autarquia, João Pedro Nascimento, ao lado das SAF, o agronegócio, finanças verdes e criptoeconomia formam quatro pilares que vão ajudar neste crescimento.

As SAF estão incluídas no planejamento do open capital markets, junto com três outras vertentes que enxergamos como ferramentas para aumentar o tamanho do mercado de capitais no Brasil”, afirmou Nascimento, em evento na sede da autarquia, no Rio. O país tem hoje cerca de 6 milhões de investidores e tem potencial para chegar em 10 milhões, reiterou.

Será que todos os clubes de futebol poderão optar por serem SAFs e realizar ofertas públicas? A gente olha com conservadorismo. Quem chegar primeiro vai beber água limpa, mas será um número pequeno. Muitos clubes, no entanto, poderão se financiar através dos múltiplos instrumentos disponíveis”, afirmou Nascimento.

Bola de Futebol
No Brasil, algumas equipes de futebol estão adotando o modelo de SAF(Imagem: Unsplash/ constantinevdokimov)

Em agosto, a autarquia divulgou parecer de orientação sobre as normas aplicáveis às SAFs que desejarem acessar o mercado de capitais para financiar suas atividades. O documento busca orientar investidores e participantes do mercado sobre instrumentos do mercado de capitais disponíveis para a SAF e apresentar a visão da CVM a respeito de como a Lei das SAF (Lei 14.193) e a Lei das Sociedades por Ações (Lei 6.404) e a regulamentação da autarquia podem ser integradas.

No parecer, a CVM apresenta instrumentos disponíveis no mercado de capitais para permitir a captação de recursos que viabilizem a execução de planos de reestruturação de dívidas e de financiamento de projetos de investimento no âmbito da indústria do futebol. Além da oferta pública inicial de ações (IPO), o documento cita debêntures-fut, crowdfunding de investimento, fundos e securitização. Estão fora da competência da autarquia algumas modalidades de emissões de ativos que não são considerados valores mobiliários, como os “fan tokens”.

Para o presidente da B3, Gilson Finkelsztain, a lei da SAF e é uma oportunidade para que os clubes se tornem cada vez mais sofisticados e acessem o mercado de capitais, que tem mais de R$ 7 trilhões disponíveis. “Todos os clubes da série A têm faturamento similar a empresas que estão na B3, o que mostra o potencial”, afirmou… Leia mais em valorinveste.globo. 16/10/2023