Dona da Ticket avança no mercado de pagamento de frete rodoviário no Brasil e prevê receita global de 5 bilhões de euros em 2030.

Gilles Coccoli entrou na Ticket como estagiário no início da década de 1990. Depois de uma passagem como auditor pela empresa contábil Arthur Andersen & Co., retornou em 1997 à companhia comandada pela francesa Edenred, provedora global de serviços de pagamento. Em quase três décadas na corporação, atuou na França, Inglaterra e Turquia antes de assumir o comando da operação brasileira em setembro de 2013. Em dez anos como CEO da Edenred Brasil, evoluiu junto com a empresa. “É uma jornada. Sempre tomamos decisões de longo prazo. Foram vários ciclos de desenvolvimento, com forte diversificação do portfólio”, disse Coccoli, ao destacar a “cultura de inovação” como DNA da companhia, intensificada em sua gestão.

• Fez o País ser um dos mais representativos na receita global de 2 bilhões de euros registrada em 2022, 25% superior a 2021.

• De janeiro a setembro de 2023, o faturamento foi de 1,8 bilhão de euros, aumento de 26% em relação ao mesmo período do ano anterior. A meta é alcançar 5 bilhões de euros em 2030. Caminho asfaltado pelo Brasil.

Por aqui, a Edenred deixou de ser apenas uma empresa de ticket restaurante e alimentação para atuar em outras frentes.Dona da Ticket Edenred diversifica negócio

São três linhas de negócios:

• Benefícios e Engajamento, com a marca Ticket;
• Mobilidade, com as marcas Edenred Ticket Log e Edenred Repom;
• e Soluções de Pagamentos e Novos Mercados, com Edenred Pay e Punto.

Com todas essas ações, a operação brasileira:

• saltou, em dez anos, de 1 mil para 2,4 mil colaboradores — são 12 mil globalmente,
• o número de clientes avançou de 57 mil para 130 mil,
• os estabelecimentos credenciados passaram de 320 mil para 700 mil,
• e os usuários, de 5 milhões para 8,3 milhões.

O Brasil tem enorme capacidade de gerar soluções. Cerca de 90% dos novos negócios da companhia nasceram no Brasil. Temos um mercado fenomenal, com grande potencial”, afirmou Coccoli, que também é COO (Chief Operating Officer) de Soluções de Pagamento & Novos Mercados do grupo. “O País junta ambição com capacidade”, disse o executivo, ao destacar o projeto La Fabrique, um centro de inovação que investe e acelera startups e incentiva o desenvolvimento de programas de tecnologia.

Localizado no State, um hub tecnológico na Vila Leopoldina, em São Paulo, e inaugurado em 2020, lançará neste ano sua sexta edição do programa de aceleração.

La Fabrique é o centro de inovação da Edenred que investe e acelera startups e incentiva o desenvolvimento de programas de tecnologia (Crédito:Felipe Inacio)

As palavras do executivo apenas refletem as iniciativas da Edenred no território brasileiro.
• Em 2013 adquiriu a Repom, para atuar no mercado soluções para o transporte rodoviário de carga. Faz a gestão de abastecimento, pedágio, manutenção e administração de despesas. São 1 milhão de caminhoneiros cadastrados, 3 mil empresas clientes, 1,7 mil postos de combustível, com 8 milhões de operações anuais de frete e vale-pedágio.
• Em 2016 foi anunciada a aliança com a Embratec, detentora das marcas Ecofrotas e Ecobenefícios, que deu origem à Ticket Log.
• Três anos depois promoveu parceria exclusiva com o Itaú Unibanco, que passou a distribuir os benefícios da marca e acelerou a penetração da empresa em PMEs. O banco, inclusive, tornou-se acionista minoritário da Ticket Serviços, com 11% de participação.
• Em 2022 outros dois passos importantes foram dados, com a aquisição de 51% da Greenpass, startup emissora de soluções de pedágio eletrônico, e da Rede Sysdata, com sede em Belém (PA), também especializada em meios de pagamento. Já era fornecedora da Edenred e agora é integrada à Punto, a maquininha de pagamentos inteligente da companhia.
• Já no ano passado a empresa combinou os ativos da Edenred Repom com PagBem, terceiro maior player de pagamento de frete rodoviário no Brasil. A Edenred passa a ter 70% do negócio, que visa fortalecer a operação da companhia no setor que movimenta R$ 300 bilhões no País.

O segmento é subpenetrado, com potencial de crescimento diante de serviços terceirizados e despesas pagas por grandes transportadoras e embarcadoras para caminhoneiros independentes na entrega de cargas.

A ideia da Edenred é congregar soluções em seu ecossistema e disponibilizar aos caminhoneiros cartões pré-pagos ou pagamentos mobile para cobrir suas despesas, incluindo gastos com abastecimento, restaurantes e pedágios. “São iniciativas para gerar negócios em volume”, disse Coccoli, que prepara o caminho de crescimento da Endered para os próximos dez anos… Leia mais em istoedinheiro. 16/02/2024