A Suíça é o endereço dos maiores salários da indústria farmacêutica mundial. Mas curiosamente, os dois campeões de ganhos e dividendos têm passaporte originário de outros países.

Antes de descobrir quem lidera essa lista, qual o atual patamar de remuneração dos CEOs da indústria farmacêutica brasileira? Considerando as empresas listadas no Ibovespa, a remuneração média chegou a R$ 12,57 milhões em 2023, segundo estudo do consultor Renato Chaves, especialista em governança corporativa, em parceria com a Fundação Getulio Vargas.

Suíça encabeça maiores salários da indústria farmacêutica
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Origem dos maiores salários da indústria farmacêutica

Segundo levantamento do Fierce Pharma, Novartis e Roche são as responsáveis pelos maiores salários da indústria farmacêutica.

A Novartis remunerou o indiano Vas Narasimhan com 13,3 milhões de francos suíços em 2023, o equivalente a R$ 75,8 milhões, de acordo com o relatório anual da farmacêutica. O valor é 21% maior em comparação ao salário do ano anterior.

Já a Roche pagou a Thomas Schinecker, um total de 9,6 milhões de francos suíços, cerca de R$ 54,7 milhões. O pacote de remuneração do executivo austro-alemão no seu primeiro ano como CEO foi inferior aos 11,5 milhões de francos (R$ 65,5 mi) que o seu antecessor Severin Schwan recebeu no seu último e 15º ano como líder do grupo.

Mas Schinecker só assumiu oficialmente o comando em 15 de março. Antes da mudança de gestão, Schwan ganhava quase 1,25 milhão de francos suíços (R$ 7,12 mi) em salário-base e pagamentos de bônus em 2023.

Maiores salários da indústria farmacêutica justificam desempenho?

Os maiores salários da indústria farmacêutica justificam o desempenho? Pela avaliação dos analistas, a resposta é sim.

Em seu sexto ano como CEO da Novartis, Narasimhan vem obtendo altas anuais de 2% na remuneração variável, calculada com base nos resultados da Novartis. Esse bônus anual representa 60% dos rendimentos do executivo.

Além da bem-sucedida conclusão do processo de cisão da Sandoz, a farmacêutica suíça assinou 15 negócios de fusões e aquisições no ano passado. Marcas de medicamentos importantes como Entresto, Kesimpta, Kisqali, Leqvio e Pluvicto também entregaram vendas acima das metas.

Já o CEO da Roche conviveu com alguns reveses logo que assumiu o cargo máximo no laboratório, no fim de 2022. Como resultado, a farmacêutica perdeu 4,3 bilhões de francos suíços em receitas relacionadas com a Covid.

Mas os passos seguintes foram ousados e a fabricante encerrou 2023 com 19 aprovações de medicamentos inovadores na China, Estados Unidos, Japão e também na Europa. Além disso, avançou no concorrido mercado de diabetes e obesidade com a compra da Carmot Therapeutics por volta de US$ 2,7 bilhões. A empresa de biotecnologia é focada em remédios do gênero… leia mais em Panorama Farmacêutico 14/02/2024