Aparentemente, é necessário mais tempo para encerrar a aquisição da VMware pela Broadcom. Os responsáveis de ambas as empresas querem prolongar o prazo para concluir o negócio até 26 de maio deste ano. Isto é, de acordo com os pedidos correspondentes apresentados às autoridades fiscais. Originalmente, o acordo deveria ter sido concluído até ao final de outubro do ano passado. Mas nada resultou. O prazo foi sendo adiado, mais recentemente para 26 de fevereiro de 2023.

A Broadcom tinha anunciado no final de maio de 2022 que queria adquirir a VMware por cerca de 61 bilhões de dólares. Com a aquisição, o fabricante de semicondutores iria reforçar ainda mais a sua posição no segmento do software empresarial. Anteriormente, a Broadcom já tinha engolido a CA Technologies e a Symantec.

Aquisição da VMware atrasada

Autoridades antitrust examinam negócio

Não existe informação concreta das empresas envolvidas sobre os antecedentes da prorrogação do prazo. Um porta-voz da Broadcom disse que é habitual conceder mais tempo para uma transação desta dimensão. A empresa ainda espera concluir a aquisição até ao final do exercício financeiro, em outubro de 2023. O porta-voz rejeitou a especulação de que os atrasos se deviam à resistência das autoridades antitrust. Estão a ser feitos bons progressos nas conversações com os reguladores em todo o mundo.

De acordo com vários relatos dos meios de comunicação social, contudo, os atrasos podem muito bem dever-se à falta de autorizações por parte das autoridades antitrust e de concorrência dos EUA, Grã-Bretanha e União Europeia. Nos EUA, a Comissão Federal de Comércio (FTC) tem vindo a investigar o acordo desde meados do ano passado. Em novembro, a Autoridade da Concorrência e Mercados do Reino Unido (CMA) anunciou que estava a investigar a proposta da Broadcom de aquisição da VMware. As autoridades antitrust europeias também lançaram a sua própria investigação em dezembro de 2022.

Pouco antes do Natal, a Comissão Europeia indicou que estava “particularmente preocupada que a transação proposta pudesse permitir à Broadcom restringir a concorrência no mercado de certos componentes de hardware interoperáveis com o software da VMware”. A Broadcom poderia degradar a interoperabilidade entre o software VMware e o hardware dos concorrentes em favor do seu próprio hardware, ou mesmo impedir os concorrentes de utilizarem o software de virtualização de servidores VMware ou prejudicar o acesso ao mesmo. “Isto levaria a preços mais altos, menor qualidade e menos inovação para os compradores e, em última análise, para os consumidores”, disse Margrethe Vestager, a principal guardiã da concorrência da UE.

Clientes receiam aumentos de preços

Estes receios não são infundados. Pouco depois de o negócio ter sido anunciado, os clientes da VMware já tinham manifestado preocupações, apontando para o historial menos que estelar da Broadcom em aquisições anteriores da CA e da Symantec. Tracey Woo, analista sénior da Forrester, também receia que a Broadcom aumente os preços, reduza o apoio e deixe de investir na inovação.

O CEO da Broadcom, Hock Tan, tinha tentado acalmar estes receios entre os clientes da VMware. Num post de blogue publicado no final de outubro de 2022, escreveu que “a lógica empresarial da Broadcom para esta transação é concentrar-se no modelo de negócio, aumentar a I&D, e executar para que os clientes vejam o valor da carteira completa de ofertas de produtos inovadores – não para aumentar os preços”… leia mais em ComputerWorld 22/02/2023