Enquanto alguns dos principais gestores de capital de risco tiram o pé dos investimentos na América Latina — o Softbank que o diga —, há gente nova querendo investir no Brasil. O K Fund, uma das maiores firmas de venture capital do sul europeu, atravessou o Atlântico com capital para aplicar em startups que já passaram dos primeiros estágios.

Fundada há seis anos por Inaki Arolla — empreendedor que fundou o classificado online de automóveis Coches.com, vendido ao Santander — Carina Szpilka, executiva que fez carreira no banco ING, o K Fund já era um dos grandes responsáveis pelo desenvolvimento do ecossistema de inovação na Europa do Sul, uma região menos endinheirada e badalada que o norte europeu.

Para chegar à América Latina, a gestora trouxe Gustavo Ribas, sócio da Reach Capital. O brasileiro já passou pelo conselho de algumas das startups mais conhecidas do Brasil representando firmas como Provence Capital (de Leopoldo Figueiredo, ex-sócio da Hedging-Griffo) e Mogno Capital.

Crise? Os espanhóis do K Fund atravessam o Atlântico

A partir de São Paulo, Ribas vai cuidar de uma parcela relevante do Leadwind, o maior fundo de growth já levantado por uma gestora do sul europeu. A ideia é destinar 25% do fundo para investimentos em startups na América Latina. Com 180 milhões de euros já levantados, o K Fund pretende fazer o final closing do Leadwind no início do ano que vem,  quando espera atingir 250 milhões de euros.

“Pela maturidade do ecossistema, há oportunidades para fazer a ponte entre a América Latina e o Sul da Europa. As companhias espanholas vão continuar investindo aí, mas agora as companhias latino-americanas têm talento e capacidade para vir para a Europa. Queremos ser essa fonte bidirecional”, disse o sócio do K Fund, Miguel Arias, ao Pipeline.

A trajetória de Arias também conta um pouco do porquê de o K Fund estar se expandindo geograficamente. Depois de fundar duas startups — a Imaste, já vendida, e a companhia de software Carto —, o espanhol foi recrutado pela Telefónica para tocar a área de empreendedorismo, onde liderou globalmente o hub de inovação Wayra, que faz investimentos em startups de estágios iniciais (inclusive no Brasil).

Há um ano no K Fund, Arias foi o artífice da criação do Leadwind, um fundo de ancorado pela própria Telefónica (a gigante espanhola colocou 70 milhões de euros) e pelo BBVA, que investiu 15 milhões de euros. Dona da Vivo, a companhia de telecom tinha a intenção de continuar o potencial de investimento em startups brasileiras…. leia mais em Pipeline 12/09/2022