O mercado brasileiro de fusões & aquisições em novembro de 2023 volta a cair. Os setores mais aquecidos foram de Tecnologia da Informação, Instituições Financeiras, Alimentos e Bebidas.

• O mês de novembro/23 é o primeiro mês desde maio/2021 que o acumulado dos últimos doze meses é inferior a 1.500 transações. Com 1.495 operações de M&A nos últimos doze meses representa uma queda de 1,4%.
• No mês foram realizadas 122 transações, queda de 14,7% em relação a nov/22, e investimento de R$ 17,6 bilhões – crescimento de 7,6%
• No ano, 68,2% do volume dos negócios são até R$ 50 milhões e 92,5% dos investimentos são de negócios acima de R$ 50 milhões.
• A participação dos investidores Financeiros no total dos investimentos em 2023 caiu no nível mais baixo dos últimos 5 anos.
• No ano os Investidores Estrangeiros registraram queda de 16,8% no volume de transações e crescimento de 5,3% no valor dos investimentos.
• Foram mapeados 19 negócios realizados por investidores de 9 países. Os EUA, com 5 operações e investimento da ordem de R$ 392 milhões foi o de maior apetite;
• Maiores transações do mês – Starboard compra AB Concessões por R$ 3,5 bilhões e a Statkraft compra Enerfín e vira terceira maior geradora eólica do Brasil.

ANÁLISE DO MÊS

Concentração setorial

Os 5 setores mais ativos – TOP 5 – responderam no mês de novembro/23 por 57,4% do total das operações, contra 55,2%% no mesmo mês do ano passado, aumentando o grau de concentração dos 5 principais.

Queda do volume de operações em 14,7% comparado ao igual mês do ano anterior

Foram divulgadas com destaque pela imprensa no mês de novembro 122 transações em 23 setores da economia brasileira, registrando uma queda de 14,7% em relação ao mesmo mês do ano anterior ( 143 operações).

Confrontando com o mês anterior, constata-se uma redução de 8,3%, quando foram apurados 133 negócios.

Evolução nos últimos 5 anos

No acumulado dos primeiros onze meses do ano de 2023, apuradas 1.357 operações, registra queda de 15,9% se confrontado com igual período de 2022, quando foram realizadas 1.614 operações.

Maiores apetites x maiores quedas

Setores mais representativos nos primeiros onze meses de 2023.

No gráfico dos setores mais ativos nos primeiros onze meses de 2023, além de TI, destacam-se com maior número de negócios Instituições Financeiras , Alimentos e Bebidas, Hospitais e Lab. Análises Saúde.

No gráfico abaixo destacamos os setores de maior apetite.

As maiores reduções no volume de operações foram TI, Companhias Energéticas, Telecomunicações e Mídia e Educação; e os setores que mais aumentaram o número foram Imobiliário; Embalagens; Transportes, Shopping Centers.

Abaixo gráfico dos setores com maiores crescimentos e quedas no ano – diferença do volume de operações comparativamente ao mesmo período do ano anterior.

Dos 40 setores monitorados pelo PORTAL, 33 setores realizaram operações nos primeiros onze meses, nos dois últimos anos (2022 e 2023), 10 apresentaram crescimento correspondendo a 30,3% – aumento de 44 negócios, enquanto 23 setores registraram queda do volume, equivalente a 69,7%, ou seja, 301 transações, no comparativo entre os períodos acumulados.

Acumulado do volume de transações dos últimos doze meses

O mês de novembro/23 é o primeiro mês desde maio/2021 que o acumulado dos últimos doze meses é inferior a 1.500 transações.

Com 1.495 operações de M&A acumuladas nos últimos doze meses, representa uma queda de 1,4% do número de comparativamente com o mesmo período do mês anterior. Já em relação ao mesmo período acumulado do ano anterior – nov/22, a queda é de 16,9%. Voltamos ao patamar de transações de cerca de dois anos e meio atrás – maio-junho/21.

No gráfico do acumulado, pode-se inferir ciclos distintos de crescimento e queda do número de transações. Destacam-se prováveis fatores que mais estão repercutindo nas expectativas de investimentos. Integra também o gráfico, (i) a evolução da série histórica do índice BOVESPA (desempenho das ações negociadas na B3), no mesmo período, e (ii) a evolução da taxa de câmbio.

Os primeiros onze meses de 2023, têm como destaque a crise bancária internacional com a quebra do Silicon Valley Bank (SVB), do Signature Bank; e a aquisição do Credit Suisse pelo UBS e, agora, em out/23, Israel declara guerra após ataque do Hamas. E não menos importantes as incertezas macroeconômicas, os mercados de capitais voláteis, o aumento das taxas de juros e o impacto da inflação. As turbulências dessa combinação fizeram com que muitas empresas se concentrassem internamente em vez de fazer aquisições. O sentimento agora é de que tende para uma estabilização com perspectivas de crescimento

Porte das transações por volume e montantes

Volume transações: predomínio dos pequenos e os grandes mais cautelosos.

Das 122 transações apuradas no mês, 83 são de porte até R$ 49,9 milhões – 68,0 % do total e responderam por 7,5% do seu valor. No acumulado do ano, para este mesmo porte de operações, registraram-se 938 transações representando 69,1% do total e 4,7% do valor. Impactando uma queda de 15,0% no volume e de 19,5 % em valor, comparado com o mesmo período do ano anterior. Mesmo com essas quedas, os investidores continuam se concentrando mais em negócios de menor porte.

Em relação as operações de porte superior a R$ 50 milhões, foram realizadas no mês 39 transações, queda de 17,0% em relação ao mês de nov/22, e investimento de R$ 16,3 bilhões, com crescimento de 9,3%. Já no acumulado do ano, foram 419 transações e investimento de R$ 256,7 bilhões, significando quedas de 18,0% e de 34,3%, respectivamente.

Vale destacar que a maior queda no mês ocorreu nas transações de porte de R$ 500 milhões a R$ 1,0 bilhão, em que foram registrados 3 negócios, com uma redução de 50,0%, seguida pela operações de porte superior R$ 1,0 bilhão, com queda de 25,0%%.

Em novembro ocorreu crescimento 7,6% do montante dos investimentos em relação ao mesmo mês do ano anterior

Quanto aos montantes dos negócios realizados no mês, estima-se o total de R$ 17,6 bilhões, com um crescimento de 7,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior – considerando Valores Divulgados (64,5%) e Não Divulgados/Estimados (35,5%). Em relação ao mês anterior – outubro, verifica-se uma queda de 30,4% quando atingiu o montante de R$ 25,3 bilhões.

Queda de 33,7% do montante dos investimentos no acumulado do ano

Quanto aos montantes dos negócios realizados no acumulado do ano estima-se o total de R$ 269,4 bilhões, representando uma queda de 33,7% em relação ao mesmo período do ano passado.

Os investimentos realizados nas operações de porte superior a R$ 1,0 bilhão foram os que apresentaram a maior redução, de 38,8%.

Participações das transações – volume & montantes

No comparativo das participações das transações em função do porte nos primeiros onze meses do ano, permite identificar a variação do volume – percentual – ao longo dos últimos 3 anos.

A mudança estrutural mais significativa em relação ao mesmo período do ano passado está na redução do volume das transações de porte acima de R$ 1,0 bilhão, que caiu de 9,4% do total para 4,7%. De outro lado, as operações de montante até R$ 50 milhões aumentaram sua participação relativa de 57,9% para 69,1%.

Quanto aos investimentos, é significativo o crescimento da participação relativa dos montantes até R$ 50 milhões que aumentaram de 2,2% para 4,7%.

Valor médio das transações

Valor médio das transações no acumulado do ano registra queda de 21,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

O valor médio das transações realizadas no acumulado do ano alcançou R$ 198,5 milhões, contra R$ 251,9 milhões no mesmo período de 2022, representando uma queda de 21,2%.
Por sua vez, o valor médio dos negócios de porte acima de R$ 1,0 bilhão tiveram a maior queda 31,2%

Dinâmica & Origem dos Investidores

Mapeamento do volume de transações a partir da perspectiva do investidor estratégico e do investidor financeiro. Aborda também o apetite entre investidores nacionais e investidores estrangeiros.

Investidores Estratégicos

Predomínio dos Investidores Estratégicos – queda de 12,6% no volume em relação ao acumulado do ano passado e tiveram redução de 29,1% nos investimentos.

O maior apetite neste mês ficou por conta dos investidores Estratégicos com 81 operações equivalente a 66,4%, e responderam por 89,9 % dos montantes investidos. No acumulado do ano, os Estratégicos, com 917 operações tiveram queda de 12,6% em relação ao ano passado, e responderam por 67,6% dos negócios e 78,2% dos investimentos, no montante de R$ 210,7 bilhões, o que significa uma queda de 29,1% em relação ao mesmo período do ano de 2022.

Investidores Financeiros

Os investidores Financeiros tiveram queda de 22,1% no volume e de 46,4% no montante dos investimentos no acumulado do ano. A participação dos investidores Financeiros no total dos investimentos em 2023 caiu no nível mais baixo dos últimos 5 anos.

Realizaram 41 operações no mês de novembro num montante de R$ 1,9 bilhão. No acumulado do ano os investidores financeiros alcançaram 440 operações – queda de 22,1% – correspondendo a 33,6% dos negócios e 10,1% dos investimentos, no valor de R$ 58,7bilhões, representando uma queda de 46,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Investidores Nacionais

Investidores Nacionais com maior apetite no acumulado do ano, redução no volume, de 15,8%, e queda no montante dos investimentos de 47,3% .

Os investidores de Capital Nacional foram responsáveis no mês por 103 operações, 84,4%, e investimento da ordem de R$ 11,9 bilhões, correspondendo a 67,2% do total. No acumulado do ano, os nacionais foram responsáveis por 1.149 operações – queda de 15,8% em relação ao ano anterior, e responderam por 84,7% das operações. O investimento foi da ordem de R$ 158,9 bilhões, o equivalente a 59,0% do total, correspondendo a uma queda de 47,3 % em relação ao mesmo período do ano anterior.

Investidores Estrangeiros

No ano os Investidores Estrangeiros registraram queda de 16,8% no volume de transações e crescimento de 5,3% no valor dos investimentos.

Os investidores de Capital Estrangeiro realizaram no mês 19 operações – 15,6% do total, no montante de R$ 5,8 bilhões – 32,8% do total. No acumulado do ano, os Estrangeiros com 208 operações registraram uma queda de 16,8% – responderam por 15,3% dos negócios. Os investimentos alcançaram o montante de R$ 110,5 bilhões (41,0%), o que significa um crescimento de 5,3% em relação ao mesmo período do ano de 2022.

Importante mencionar que as informações disponíveis sobre os investimentos em relação aos IPOs, na B3, são tratados como de capitais nacionais na data da divulgacão deste relatório. Quanto a aportes de investimentos conjuntos de vários fundos de Private Equity, considera-se a nacionalidade do líder do bloco informado.

No mês foram mapeados 19 negócios realizados por investidores de 8 países.

Os EUA com 5 operações foram os de maior apetite estrangeiro no mês e um investimento estimado em R$ 392 milhões.

Maior transação do mês

Starboard compra AB Concessões por R$ 3,5 bilhões – A Starboard, via o fundo Via Appia, está comprando a AB Concessões, holding que controla as concessões rodoviárias AB Colinas e AB Nascentes das Gerais, fontes disseram ao NeoFeed.

Statkraft compra Enerfín e vira terceira maior geradora eólica do Brasil – Aquisição da empresa espanhola inclui 9 parques eólicos, com 632 MW de capacidade no país. A Statkraft anunciou nesta sexta-feira (17/11) a compra da Enerfín, subsidiária renovável da espanhola Elecnor.

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QUEM, O QUÊ, QUANDO, QUANTO, COMO e POR QUÊ

A pesquisa FUSÕES E AQUISIÇÕES – DESTAQUES DO MÊS tem o propósito de captar o “clima” sobre os negócios de Fusões e Aquisições bem como analisar suas principais tendências . Trata-se da compilacão das notícias visando tornar mais acessíveis e conhecidas as transações de fusão, aquisição e venda realizados entre empresas com atuação no Brasil. Todas as informações sobre as operações citadas no presente relatório são obtidas a partir de notícias consideradas confiáveis e de boa-fé publicadas pela imprensa ou pela empresa e divulgadas no “estado” pelo PORTAL FUSÕES & AQUISIÇÕES, não sendo feita qualquer verificação quanto à sua veracidade, precisão ou integridade do conteúdo. Nos esforçamos para fornecer informações e análise de dados atualizados sobre as mudanças que estão ocorrendo nos mercados para ajudar os nossos leitores a entender e aplicar no desenvolvimento dos seus projetos de fusões e aquisições e se antecipar o que vem pela frente. Sempre que possível, serão mencionados os nomes dos compradores – investidores estratégico ou financeiro, dos vendedores, a tese de investimento e principais “value drivers”, o valor da transação, forma de pagamento, múltiplos praticados etc. Muitas vezes a notícia não é clara ou detalhada a respeito dos dados das transações. É bem-vinda toda e qualquer contribuição para tornar as informações mais precisas e transparentes. Caso o conteúdo estiver em desacordo, nos contate que estaremos corrigindo ou mesmo retirando a respectiva informação. PORTAL FUSÕES & AQUISIÇÕES.