Plamev atrai novos (e improváveis) sócios para avançar no digital
Depois de receber um aporte liderado pela FIR Capital e acelerar crescimento no ano passado, a Plamev, companhia de plano de saúde para pets, acaba de fechar a entrada de mais um sócio – com perfil pouco óbvio para o negócio. O grupo Luz da Serra promove cursos de desenvolvimento pessoal e espiritual e os sócios atuam também no mercado editorial. Agora, terão também uma participação minoritária na Plamev, por valor não revelado.
O grupo foi fundado por Bruno Gimenes, Patrícia Cândido e Paulo Henrique Trott. Além do trio, participou do aporte o executivo Eduardo Guimarães, um ex-Itaú que vem ajudar na estruturação financeira da Plamev. O CEO da companhia, Pedro Svacina, explica a lógica.
Buscamos sócios que contribuam no conselho. Os fundadores do Luz da Serra são influenciadores, com experiência relevante no mercado digital e um canal com mais de dois milhões de inscritos, que vão agregar essa experiência à Plamev”, diz o CEO da companhia. “Por curiosidade, um dos livros da Patrícia é o Guardião de Quatro Patas, que fala do papel dos animais na espiritualidade. E, para ser sócio da Plamev, tem que ser apaixonado por pet.”
Svacina, por exemplo, tem dois cachorros, um critério que vale não só para a composição societária mas também conta na contratação de funcionários. A Plamev não está ligada a uma loja específica, como Cobasi, Petz ou Petlove, e soma 45 mil vidas. O faturamento mais que dobrou no ano passado, chegando a R$ 24 milhões, com uma rede credenciada de 1,2 mil clínicas e 2 mil veterinários. A projeção para este ano é duplicar de novo o número de receita e chegar a 2024 com 80 mil vidas.
A companhia cresce num segmento que ainda enfrenta barreira cultural, com resistência inclusive de veterinários. Apesar das estatísticas indicarem um percentual da ordem de 60% das famílias brasileiras com algum pet e de as receitas dos petshops indicarem alto consumo, emplacar plano de saúde animal não é trivial. A Petland bem que tentou inovar no modelo, mas acabou mudando os planos.
Com o ritmo que vai ganhando e a concorrência ajustando formatos, a Plamev acredita que dá para ir longe. “Hoje ficamos atrás da Petlove, que tem a Porto como sócia, mas queremos ser o maior player do mercado”, diz Svacina, executivo que veio da Claro para o mercado pet.
Uma das estratégias da empresa é se aproximar do pequeno e médio empresário do segmento, o veterinário que tem uma pequena clínica ou o dono da casa de ração. Eles se tornam força de vendas dos planos, ao colocar como uma opção de produto na prateleira por uma taxa de comissionamento – já que, no segmento pet, a venda não fica restrita ao corretor de seguros.
Essas vendas representam cerca de 10% da receita da Plamev e tendem a aumentar dado o fim da pandemia, avalia o executivo. Mas o principal canal já é e continuará sendo o digital, daí a aposta da Plamev na experiência dos sócios da Luz da Serra para continuar explorando essa distribuição.
No fim do ano, a companhia lançou um app gratuito para ser a agenda do tutor do pet, com os registros de vacina, histórico de peso e de exames. E já que a Luz da Serra trabalha com terapias holísticas e óleos essenciais, uma linha de produtos dedicada da pets também está nos planos. Em 2021, quando a FIR Capital fez a capitalização da Plamev, o valuation foi de R$ 44 milhões. Os sócios não revelam o número atual… leia mais em Pipeline 07/02/2023