A venda de 90% da SAF do Coritiba a Treecorp Investimentos por R$ 1,1 bilhão, homologada na quinta-feira (22), tem uma novidade em relação aos demais clubes da elite que já viraram empresa no Brasil, como Botafogo, Cruzeiro ou Vasco.

A diferença não está necessariamente no valor total do investimento ou na SAF em si, mas no modelo definido para o negócio. Foi a primeira vez no país que a venda de um clube foi feita através de uma Unidade Produtiva Isolada (UPI).

Para entender exatamente o que isso significa, o ESPN.com.br conversou com Aguinaldo Ribeiro Jr., sócio do escritório “Lollato, Lopes, Rangel, Ribeiro Advogados”, que foi responsável pela operação.Por que venda de R$ 1,1 bilhão do Coritiba é novidade

UPI é a classificação que um ativo ou um conjunto de ativos recebe pelo plano de recuperação judicial de uma companhia em recuperação judicial, cuja venda ou alienação de qualquer forma visa a garantir a continuidade da atividade empresarial ou a quitação de suas dívidas”, explicou ele.

Em termos práticos, significa dizer que o futebol do Coritiba é “separado” para ser vendido a Treecorp, sem que a empresa assuma as dívidas anteriores à constituição da SAF.

Isso não quer dizer que os novos donos do futebol do Coxa não terão responsabilidade no pagamento das dívidas, conforme estabelecido no acerto entre as partes. No modelo de UPI, porém, o entendimento é que há uma maior segurança jurídica para os investidores.

“O que há de diferente é a forma pela qual ela foi vendida, ou seja, dentro de um processo de recuperação judicial, com votação e deliberação dos credores e com a homologação judicial. Essa forma escolhida pelo clube, e validada pelos credores, garante a impossibilidade de sucessão de qualquer endividamento pretérito sobre o ativo alienado”, seguiu o advogado… Leia mais em ESPN 23/06/2023