A Vixtra, startup que oferece soluções financeiras para importadores, anuncia nesta quarta-feira (24/4) a captação de R$ 180 milhões, sendo R$ 150 milhões em um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), com capital de Capitânia, Verde, Credit Saison e Contea, e R$ 30 milhões em uma nova rodada pré-Série A com Valor Capital, QED Investors, NXTP, Endeavor e Actyus.

Leonardo Baltieri, cofundador e coCEO da fintech, definiu o instrumento de securitização como um “pulmão de capital” para o negócio, que atua com financiamento de crédito para importadores. Segundo o empreendedor, a nova captação pré-Série A aconteceu para permitir um coinvestimento no FIDC. “Uma parte significativa desse capital foi alocado no FIDC e a outra parte sustentará a companhia por mais um tempo, apesar de não ser o foco. Ainda temos capital das rodadas anteriores”, pontua.

Baltieri não divulgou a previsão de duração dos investimentos captados anteriormente, mas afirmou que o “runway é super longo” e que a startup ainda queima caixa. Ao todo, a Vixtra levantou R$ 53 milhões nas rodadas seed e pré-Série A.

O FIDC será utilizado para aumentar a concessão de crédito aos importadores, que oferecem a própria carga como garantia. Além do eixo financeiro, a startup também oferece um software de gestão de importações que possibilita o rastreamento de mercadorias e acompanhamento do histórico de pedidos. Entre as importações financiadas no último ano estão cargas de pneus, eletrônicos, produtos químicos e agrícolas. “Hoje temos clientes que usam só o software, mas a nossa visão é que, a partir das informações, a gente passe a oferecer serviços financeiros. Vamos adicionar seguros e hedge em breve”, comenta.

A fintech não divulga o valor exato já financiado – Baltieri declara que foram “centenas de milhões de reais”. Para conceder o crédito, a startup analisa os indicadores financeiros dos importadores, a liquidez da mercadoria e o histórico da indústria produtora dos itens. No futuro, a Vixtra pretende integrar inteligência artificial no processo para aumentar a assertividade.

No caso de inadimplência, a startup retém a documentação necessária para a retirada da carga dos portos, impossibilitando a nacionalização dos produtos até o pagamento. Se ele não acontecer, os itens são revendidos para outros clientes que trabalham com o mesmo negócio. “Temos perdas muito baixas por isso. No aporte anterior não tínhamos inadimplência, agora já tivemos, mas a parte financeira segue inalterada. Tivemos 3% de inadimplência, mas uma perda de 0,03%”, declara.

A startup afirma ter registrado crescimento de 830% no último ano, puxado pela adição de novos clientes, mas Baltieri não revela a quantidade de usuários do serviço da Vixtra. A fintech foca em pequenos e médios importadores, com movimentação entre US$ 1 milhão e US$ 10 milhões. .. leia mais em PEGN 24/04/2024