A vida dos fundos de investimentos que querem colocar filtros ESG em suas análises ficaria mais fácil se as empresas já fizessem as medições de impacto. Não tendo, porém, a exigência regulatória e ainda com poucos exemplos como o da Natura (leia abaixo), o jeito é desenvolver ‘in house’ as próprias análises. Isso serve especialmente para gestoras que se propõe a investir apenas em impacto positivo.

É o caso da Vox Capital, fundada há mais de 13 anos por Daniel Izzo e Antonio Ermínio de Moraes Neto, pioneira no Brasil no segmento e que hoje conta com R$ 700 milhões em ativos sob gestão, e da GK Partners (antiga GK Ventures), gestora do empresário Eduardo Mufarej, que conta com R$ 400 milhões para aportar só em empresas de impacto, especialmente nas áreas de educação, saúde e clima (carbono, agricultura sustentável, descarbonização de processos industriais e transição energética).

Fundos de investimentos de impacto sofisticam métricas para avaliar empresas

A GK chegou a firmar uma parceria com o Insper Metricis, núcleo de medição para investimentos de impacto socioambiental do Insper, para desenvolver um Guia de Monetização de Impacto Social. O objetivo é não apenas ter alguma base para criar sua própria metodologia, mas também mostrar ao mercado financeiro e corporativo as principais técnicas disponíveis para monetizar investimentos do tipo. A ideia central do trabalho é sempre calcular qual o valor gerado à sociedade a cada R$ 1 investido por um fundo na empresa ou portfólio de investidas.

É uma abordagem diferente dos ratings ESG tradicionais”, explica Sérgio Lazzarini, professor do Insper, do time responsável pela metodologia. “Estudamos o projeto de uma empresa e o investimento para entender o que é feito com o dinheiro, qual sua teoria de mudança e o encadeamento lógico que explique porque esse investimento vai gerar potenciais impactos sociais e ambientais“… leia mais em Valor Econômico 29/03/2023