Até o momento, registra-se o menor volume financeiro desde 2016, com apenas R$ 4,9 bilhões arrecadados em seis ofertas de ações de empresas já listadas. Este panorama contrasta com o otimismo do final de 2023, quando as expectativas eram mais positivas.

Os dados da B3 indicam que, apesar da transação de R$ 2,5 bilhões da Energisa, o mercado atual opera com cautela. No ano passado, o primeiro trimestre foi marcado por uma grande fraude corporativa envolvendo a varejista Americanas, o que paralisou as atividades e limitou o volume total a R$ 7,1 bilhões.

Entre as operações planejadas para este ano, a privatização da Sabesp, organizada pelo governo de São Paulo, promete ser a mais expressiva, com uma projeção de movimentar cerca de R$ 20 bilhões. A operação busca atrair um investidor de referência que adquira 15% da companhia. A venda de ações da Isa Cteep pela Eletrobras também espera levantar aproximadamente R$ 4 bilhões, embora dependa das condições de mercado.

Analistas notam que a volatilidade do mercado e a situação fiscal do Brasil estão impactando as decisões das empresas. Muitas preferem aguardar melhores condições antes de lançar novas ofertas, evitando assim a diluição do valor dos acionistas atuais.

Bruno Saraiva, corresponsável pelo banco de investimento do Bank of America no Brasil, comenta sobre a mudança nas expectativas de corte de juros nos Estados Unidos. Inicialmente, a previsão era de cinco reduções pelo Federal Reserve neste ano, mas agora espera-se apenas uma em dezembro. “Hoje está mais difícil saber quando haverá transação”, diz Saraiva. Ele acrescenta que melhorias nas condições nos Estados Unidos beneficiariam os mercados emergentes.

Além disso, Vitor Saraiva, responsável pela área de renda variável da XP, reflete sobre as mudanças nas expectativas. Segundo ele, as projeções para a abertura da janela de IPOs foram sendo postergadas à medida que novos dados da inflação americana foram divulgados. “Hoje, se tiver [IPOs], será mais para o fim do ano”, afirma.

Apesar das incertezas, há sinais de recuperação em outros mercados da América Latina. Marcello Lo Re, chefe de mercado de capitais do Morgan Stanley na América Latina, observa um aumento nas atividades de mercado de capitais no México. Para o Brasil, as expectativas se voltam para o segundo semestre, especialmente para o final do ano, quando os investidores começarão a analisar os dados para 2025… Leia mais em economicnewsbrasil 26/04/2024