As empresas envolvidas na compra e venda da Eldorado Celulose mantiveram a disputa após a divulgação, pela Eldorado, de que o Incra do Mato Grosso do Sul teria recomendado o cancelamento de venda de empresa controlada pela J&F Investimentos para a Paper Excellence.

Em comunicado, a Eldorado informa o teor da nota do Incra, segundo a qual o contrato de venda da Eldorado demandaria a autorização prévia do Congresso Nacional e outros órgãos competentes – o que não foi realizado, sendo a operação passível de cancelamento.

A J&F Investimentos informou que tomou conhecimento da nota do Incra e ressaltou que a conclusão do instituto vai na linha das avaliações de Advocacia-Geral da União (AGU) e Ministério Público Federal (MPF). Diante do novo documento, a empresa diz “aguardar a concordância da Paper Excellence para o desfazimento amigável e voluntário do negócio, como recomendado pela autarquia, com a devolução do valor já pago, evitando assim prejuízos ainda mais graves às operações da Eldorado.”

A Paper Excellence interpretou de outra forma e disse que o Incra do Mato Grosso do Sul reconheceu a validade do contrato de compra da Eldorado Celulose, mas orientou que a transferência de controle seja autorizada pelo Congresso Nacional.

A empresa também destacou que em ocasiões anteriores, vários julgadores reconheceram que a J&F agiu de má-fé ao longo do processo após perder a arbitragem por unanimidade.

“A J&F tenta impedir a concretização de um negócio de produção de celulose, distorcendo o entendimento jurídico sobre uma questão pontual e irrelevante do negócio, sobre a propriedade de terras para produção da matéria-prima”, diz a Paper.

A companhia afirmou que a operação não compreende compra de terras rurais, mas sim de um investimento em um complexo industrial… leia mais em Valor Econômico 02/01/2023