O mercado brasileiro de fusões & aquisições em setembro de 2023 andou de lado. Os setores mais aquecidos foram de Tecnologia da Informação, Companhias Energéticas, Transportes, e os Investidores Nacionais predominaram.

  • Após um período de quatro trimestres de quedas sucessivas de 24%, verifica-se uma interrupção, apontando para uma recuperação próxima no mercado de M&A. Seguindo a direção dos ventos do 3º tri/23, a retomada dos investimentos é significativa – após um período decepcionante de 6 trimestres.
  • No mês de setembro/23 foram realizadas 124 transações, andando de lado em relação ao mesmo mês do ano anterior e investimento de R$ 29,4 bilhões, com uma redução de 31,9%;
  • O acumulado dos últimos doze meses deixou de cair após 14 meses seguidos, estabilizando em 1.509 operações, igual ao acumulado de um ano atrás;
  • No acumulado do ano, com 1.102 operações, representa queda de 18,1% no volume e um investimentos de R$ 226,5 bilhões correspondendo a uma queda de 34,4% em relação ao mesmo período do ano passado;
  • Foram mapeados 23 negócios realizados por investidores de 14 países. Os EUA, com 5 operações e investimento da ordem de R$ 1,1 bilhão foi o de maior apetite;
  • Maior transação do mês de setembro/2023 – A Nestlé adquire a Kopenhagen com um cheque de quase R$ 3 bilhões.

ANÁLISE DO MÊS

Concentração setorial

Os 5 setores mais ativos – TOP 5 – responderam no mês de setembro/23 por 62,1% do total das operações, contra 60,5% no mesmo mês do ano passado, aumentando o grau de concentração dos TOPs 5.concentração setorial set23

Mesmo volume de operações comparado ao igual mês do ano anterior

Foram divulgadas com destaque pela imprensa no mês de setembro 124 transações em 23 setores da economia brasileira, registrando igual volume do mesmo mês do ano anterior ( 124 operações).

Confrontando com o mês anterior, constata-se uma queda de 13,9%, quando foram apurados 144 negócios.

Nº de transações M&A

Evolução nos últimos 5 anos

No acumulado dos primeiros nove meses do ano de 2023, apuradas 1.102 operações, registra queda de 18,1% se confrontado com igual período de 2022, quando foram realizadas 1.345 operações.

M&A Evolução nos últimos 5 anos

Maiores apetites x maiores quedas.

Setores mais representativos nos primeiros nove meses de 2023.

No gráfico dos setores mais ativos nos primeiros nove meses de 2023, além de TI, destacam-se com maior número de negócios Instituições Financeiras , Alimentos e Bebidas, Hospitais e Lab. Análises Saúde. As maiores reduções de operações foram TI, Companhias Energéticas e Instituições Financeiras; Telecomunicações e Mídia, e os setores que mais cresceram foram Transportes, Imobiliário; Produtos Químicos e Petroquímicos; Supermercados;

Dos 40 setores monitorados pelo PORTAL, 33 setores realizaram operações nos primeiros nove meses, nos dois últimos anos (2022 e 2023), 10 apresentaram crescimento correspondendo a 30,3% – aumento de 44 negócios, enquanto 23 setores registraram queda do volume, equivalente a 69,7%, ou seja, 287 transações, no comparativo entre os períodos acumulados.

No gráfico abaixo destacamos os setores de maior apetite com seus crescimentos e quedas no ano.

 

M&A Maiores apetites x maiores quedas.

Acumulado do volume de transações dos últimos doze meses

O mês de setembro/23 andou de lado.

Com 1.509 operações de M&A acumuladas nos últimos doze meses, equivale ao mesmo número comparativamente com o igual período do mês anterior. Já em relação ao mesmo período acumulado do ano anterior – set/22, a queda é de 19,9%. Voltamos ao patamar de transações de mais de dois anos atrás – maio-junho/21.

No gráfico do acumulado, pode-se inferir ciclos distintos de crescimento e queda do número de transações. Destacam-se prováveis fatores que mais estão repercutindo nas expectativas de investimentos. Integra também o gráfico, (i) a evolução da série histórica do índice BOVESPA (desempenho das ações negociadas na B3), no mesmo período, e (ii) a evolução da taxa de câmbio.

Nos primeiros nove meses de 2023, tem como destaque a crise bancária internacional com a quebra do Silicon Valley Bank (SVB), do Signature Bank; e a aquisição do Credit Suisse pelo UBS. E não menos importantes as incertezas macroeconômicas, os mercados de capitais voláteis, o rápido aumento das taxas de juros e o impacto da inflação. As turbulências dessa combinação fizeram com que muitas empresas se concentrassem internamente em vez de fazer aquisições. O sentimento agora é de que tende para uma estabilização com perspectivas de crescimento.

PS: gráfico corrigido em 21/11/23

Porte das transações por volume e montantes

Volume transações: predomínio dos pequenos, mas os grandes estão avançando tanto em volume como em valor.

Das 124 transações apuradas no mês, 80 são de porte até R$ 49,9 milhões – 64,5 % do total e responderam por 3,5 % do seu valor. No acumulado do ano, para este mesmo porte de operações, registraram-se 776 transações representando 70,4% do total e 4,5% do valor. Impactando uma queda de 15,8% no volume e de 23,6 % em valor, comparado com o mesmo período do ano anterior. Mesmo com essas quedas, os investidores continuam se concentrando mais em negócios de menor porte.

Em relação as operações de porte superior a R$ 50 milhões, foram realizadas no mês 44 transações, crescimento de 12,8% em relação ao mês de set/22, e investimento de R$ 28,4 bilhões, com crescimento de 33,6%. Já no acumulado do ano, foram 326 transações e investimento de R$ 216,2 bilhões, significando quedas de 22,9% e de 34,9%, respectivamente.

Vale destacar que a maior queda ocorreu nas transações de porte de R$ 500 a R$ 1,0 bilhão, em que foram registrados 29 negócios, com uma redução de 42,0%, seguida pela operações de porte de R$ 50 a R$ 500 milhões, com redução de 21,9%.

M&A Porte das transações por volume e montantes

Em setembro ocorreu uma queda de 31,9% do montante dos investimentos em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Quanto aos montantes dos negócios realizados no mês, estima-se o total de R$ 29,4 bilhões, com uma queda de 31,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior – considerando Valores Divulgados (64,1%) e Não Divulgados/Estimados (35,9%). Em relação ao mês anterior – agosto, verifica-se uma queda de 40,4% quando atingiu o montante de R$ 49,4 bilhões.

Queda de 34,4% do montante dos investimentos no acumulado do ano.

Quanto aos montantes dos negócios realizados no acumulado do ano estima-se o total de R$ 226,5 bilhões, representando uma queda de 34,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

Os investimentos realizados nas operações de porte de R$ 500 milhões a R$ 1,0 bilhão foram os que apresentaram a maior redução, de 41,2%.

Trimestral: impacto acentuado

O volume de negócios do 3º trimestre/23 revela um crescimento de 8,7% em relação ao trimestre anterior. E na segmentação por porte, o menor crescimento ocorreu nas operações de R$ 500 milhões a R$ 1,0 bilhão.

M&Avolume de negócios do 3º trimestre/23

Os investimentos realizados no 3º trimestre/23, revelam um significativo crescimento de 52,7% em relação ao trimestre anterior. E na segmentação por porte, os negócios no intervalo de até R$ 50 milhões, foram os menos impactados, com crescimento de 9,8%. E o maior crescimento se verificou no porte de acima de R$ 1,0 bilhão, de 66,2,2%.

M&A.investimentos realizados no 3º trimestre/23

Recuperação próxima no mercado de M&A – Variação do volume e dos montantes das transações trimestrais – percentual sobre o ano anterior

A despeito do cenário global – de inflação resiliente, potencial recessão e conflitos geopolíticos, as tendências que moldam as aquisições de fusões e aquisições no terceiro trimestre revelam alguns  sinais otimistas para a retomada da atividade de negócios.

Variação do Volume

Após um período quatro trimestres de quedas de 24%, comparativamente aos mesmos trimestres do ano anterior, verifica-se uma interrupção apontando para uma recuperação próxima no mercado de M&A, como já sinalizávamos no relatório de jul/23.

M&A.Variação do volume e dos montantes das transações trimestrais

Variação do Montantes

Seguindo a direção dos ventos do 3º tri/23, a recuperação dos investimentos é significativa – após um período decepcionante de 6 trimestres.

Participações das transações – volume & montantes

No comparativo das participações das transações em função do porte nos primeiros nove meses do ano, permite identificar a variação do volume – percentual – ao longo dos últimos 3 anos.

A mudança estrutural mais significativa em relação ao mesmo período do ano passado está na redução do volume das transações de porte acima de R$ 1,0 bilhão, que caiu de 10,0% do total para 4,9%. De outro lado, as operações de montante até R$ 50 milhões aumentaram sua participação relativa de 58,7% para 70,4%.

Quanto aos investimentos, é significativo o crescimento da participação relativa dos montantes até R$ 50 milhões que aumentaram de 2,1% para 4,5%.

M&A.participações das transações em função do porte

Valor médio das transações

Valor médio das transações no acumulado do ano registra queda de 20,0% em relação ao mesmo período do ano passado.

O valor médio das transações realizadas no acumulado do ano alcançou R$ 205,5 milhões, contra R$ 256,8 milhões no mesmo período de 2022, representando uma queda de 20,0%.
Por sua vez, o valor médio dos negócios de porte acima de R$ 1,0 bilhão tiveram a maior queda 28,2%M&A Valor médio das transações

Dinâmica & Origem dos Investidores

Mapeamento do volume de transações a partir da perspectiva do investidor estratégico e do investidor financeiro. Aborda também o apetite entre investidores nacionais e investidores estrangeiros.

Dinâmica & Origem dos Investidores

Investidores Estratégicos

Predomínio dos Investidores Estratégicos – queada de 7,3% no volume em relação ao acumulado do ano passado e tiveram redução de 21,1% nos investimentos.

O maior apetite neste mês ficou por conta dos investidores Estratégicos com 81 operações equivalente a 65,3%, e responderam por 81,9 % dos montantes investidos. No acumulado do ano, os Estratégicos, com 740 operações tiveram queda de 7,3% em relação ao ano passado, e responderam por 67,2% dos negócios e 78,1% dos investimentos, no montante de R$ 176,8 bilhões, o que significa uma queda de 21,1% em relação ao mesmo período do ano de 2022.

Investidores Financeiros

Os investidores Financeiros tiveram queda de 14,4% no volume e de 49,7% no montante dos investimentos no acumulado do ano.

Realizaram 43 operações no mês de setembro num montante de R$ 5,3 bilhões. No acumulado do ano os investidores financeiros alcançaram 362 operações – queda de 14,4% – correspondendo a 32,8% dos negócios e 21,9% dos investimentos, no valor de R$ 49,7 bilhões, representando uma queda de 49,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Investidores Nacionais

Investidores Nacionais com maior apetite no acumulado do ano, redução no volume, de 9,0%, e queda no montante dos investimentos de 43,9% .

Os investidores de Capital Nacional foram responsáveis no mês por 101 operações, 81,5%, e investimento da ordem de R$ 19,6 bilhões, correspondendo a 66,8% do total. No acumulado do ano, os nacionais foram responsáveis por 930 operações – queda de 9,0% em relação ao ano anterior, e responderam por 84,4% das operações. O investimento foi da ordem de R$ 131,7 bilhões, o equivalente a 58,2% do total, correspondendo a uma queda de 43,9 % em relação ao mesmo período do ano anterior.

Investidores Estrangeiros

No ano os Investidores Estrangeiros registraram crescimento de 8,0% no volume de transações e queda de 19,8% no valor dos investimentos.

Os investidores de Capital Estrangeiro realizaram no mês 23 operações – 18,5% do total, no montante de R$ 9,7 bilhões – 33,2% do total. No acumulado do ano, os Estrangeiros com 172 operações registraram uma queda de 13,6% – responderam por 15,6% dos negócios. Os investimentos alcançaram o montante de R$ 94,8 bilhões (41,8%), o que significa um crescimento de 7,5% em relação ao mesmo período do ano de 2022.

Importante mencionar que as informações disponíveis sobre os investimentos em relação aos IPOs, na B3, são tratados como de capitais nacionais na data da divulgacão deste relatório. Quanto a aportes de investimentos conjuntos de vários fundos de Private Equity, considera-se a nacionalidade do líder do bloco informado.

No mês de setembro/23, foram mapeados 23 negócios realizados por investidores de 14 países.

Os EUA com 5 operações foram os de maior apetite estrangeiro no mês e um investimento estimado em R$ 1,1 bilhão.

Maior transação do mês de setembro/2023

A Nestlé adquire a Kopenhagen com um cheque de quase R$ 3 bilhões.

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QUEM, O QUÊ, QUANDO, QUANTO, COMO e POR QUÊ

A pesquisa FUSÕES E AQUISIÇÕES – DESTAQUES DO MÊS tem o propósito de captar o “clima” sobre os negócios de Fusões e Aquisições bem como analisar suas principais tendências . Trata-se da compilacão das notícias visando tornar mais acessíveis e conhecidas as transações de fusão, aquisição e venda realizados entre empresas com atuação no Brasil. Todas as informações sobre as operações citadas no presente relatório são obtidas a partir de notícias consideradas confiáveis e de boa-fé publicadas pela imprensa ou pela empresa e divulgadas no “estado” pelo PORTAL FUSÕES & AQUISIÇÕES, não sendo feita qualquer verificação quanto à sua veracidade, precisão ou integridade do conteúdo. Nos esforçamos para fornecer informações e análise de dados atualizados sobre as mudanças que estão ocorrendo nos mercados para ajudar os nossos leitores a entender e aplicar no desenvolvimento dos seus projetos de fusões e aquisições e se antecipar o que vem pela frente. Sempre que possível, serão mencionados os nomes dos compradores – investidores estratégico ou financeiro, dos vendedores, a tese de investimento e principais “value drivers”, o valor da transação, forma de pagamento, múltiplos praticados etc. Muitas vezes a notícia não é clara ou detalhada a respeito dos dados das transações. É bem-vinda toda e qualquer contribuição para tornar as informações mais precisas e transparentes. Caso o conteúdo estiver em desacordo, nos contate que estaremos corrigindo ou mesmo retirando a respectiva informação. PORTAL FUSÕES & AQUISIÇÕES.