O apetite saudita no mercado brasileiro
A fabricante de armas Taurus anunciou na segunda-feira uma joint venture com a saudita Scopa. Na semana passada, a Vale vendeu uma participação em seu negócio de metais básicos para a mineradora saudita Manara. Semanas antes, o fundo saudita Salic, que já é investidor do frigorifico Minerva, entrou na BRF comprando ações no follow-on – num acordo com a acionista Marfrig. Outro fundo do país, o PIF, avalia a mineradora de lítio Sigma, e a Oncoclínicas desenha um memorando de entendimentos naquele mercado.
Os sauditas nunca estiveram tão ativos no Brasil, assinando seus maiores cheques. E, pelo visto, querem mais. No fim de semana, desembarcaram em São Paulo em sua maior comitiva da história, com cerca de 100 membros do governo, empresários e gestores de fundos. Nesta segunda, passaram a manhã na Fiesp e toda a tarde em um evento organizada pela XP Investimentos com empresários locais – como o “rei da soja” Eraí Maggi, Paulo Moll (Rede D’Or), Frederico Trajano (Magazine Luiza), Fernando Simões (Simpar) e Leandro Pinto (Ovos Mantiqueira).
Na Fiesp, Josué Gomes, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ciceronearam; no banco, coube ao ministro dos Transportes, Renan Filho, a participação política ( o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, estava em Riad em outro encontro sauditas no final de semana). Recepcionado por Guilherme Benchimol e José Berenguer, o ministro de investimentos da Arábia Saudita e ex-CEO da Aramco, Khalid Al-Falih, é o principal porta-voz do grupo e está em sua terceira visita ao Brasil.
Falih teceu elogios à Petrobras, citando a tecnologia de exploração de petróleo offshore da estatal, e afirmou estar em conversas com o governo brasileiro sobre projetos que envolvem transição energética e descarbonização. “Brasil e Arábia Saudita precisam atuar de forma colaborativa na nova cadeia global de investimentos”, disse. Ao ministro Renan Filho, falou sobre a criação de zonas portuárias rápidas para facilitar o comércio entre os dois países e também afagou a indústria do turismo de luxo. “Os turistas de alto padrão da Arábia Saudita ainda não conhecem o Brasil”, disse.
A XP se aproximou dos sauditas em eventos esportivos na região do Golfo, patrocinando a Aston Martin na Fórmula 1, numa ponte estabelecida pelos sócios Rafael Furlanetti, Pedro Mesquita, head do IB, e Pedro Freitas, à frente da área de agro. Por falar em F1, esportes estão no radar dos sauditas, assim como infraestrutura, energia, mineração e agronegócio. Entre as reuniões individuais com companhias brasileiras, a agenda dos sauditas inclui o clube de futebol Cruzeiro, grupo Ultra e Aegea, segundo fontes…. leia mais em Pipeline 31/07/2023