Flashback dos Insights de Fusões & Aquisições no Brasil, em 2023
Retrospectiva mensal do sentimento do mercado de fusões e aquisições captado entre os mais representativos insights publicados pelo Portal de Fusões & Aquisições em 2023.
Ao longo do ano, o Portal de Fusões e Aquisições publicou relatórios mensais de Humores & Rumores divulgando com destaque 4 a 5 notícias eleitas como Insights, para representar a percepção vigente no respectivo mês, da conjuntura e/ou perspectiva envolvendo avaliações do mercado de fusões e aquisições, de análises sobre a oferta de ações ( IPOs, Follow-ons, SPACs,..), mercado de private equity, ou mesmo impactos do cenário econômico vigente.
Vale mencionar que permeando este universo, estão as elevadas taxas de juros, a turbulência geopolítica e a angústia da recessão econômica desembocando na queda acentuada da atividade de negócios de M&A.
E num contexto em que o mercado mundial de M&A chega ao fim do seu pior ano em uma década. Foram aproximadamente 25% menores neste ano, totalizando US$ 2,7 trilhões. Esse é o total anual mais baixo desde 2013, que foi também a última vez que os valores das transações não atingiram US$ 3 trilhões em um ano calendário.
Já em relação ao Brasil, quanto ao volume em 2023, a queda está entre de 15% e 17%, e em valor perto de um terço a menos. Voltamos ao patamar de transações de cerca de dois anos e meio atrás – maio-junho/21, em que acumulado dos últimos doze meses foi em torno de 1.500 transações, lembrando que em junho/22, alcançou mais de 2.000 operações.
E o que vem pela frente? Mudanças podem estar no ar, apesar dos ventos contrários persistentes, certos fatores fundamentais da atividade de fusões e aquisições já mostram sinais. Seja expressivo volume de transações represadas nos últimos anos. Cenários promissores de janelas para IPOs. Montantes significativos de recursos empoçados em private equity e fundos de venture capital. Privatizações de estatais. Consolidações setoriais. E assim por diante.
Com o propósito de um “flashback” do ano, permitindo acompanhar a evolução destas percepções, selecionamos entre os insights publicados mensalmente 3 notícias de cada um dos meses que melhor caraterizassem o clima existente na oportunidade, tentando com isso captar os sentimentos que estavam em evidência, tanto em relação a M&A, como a IPOs, também de Private Equity e Economia.
De modo geral as notícias surfaram entre o pessimismo, cautela e otimismo. Entre o encolhimento do mercado e o as janelas de oportunidades.
Segue a retrospectiva mensal do sentimento do mercado de fusões e aquisições com alguns insights que retratam o calendário – foram 36 escolhidos entre mais d 6.500 publicados.
Janeiro
- Investimentos, fusões e aquisições em 2023 – O ano de 2023 promete ser mais um ano duro e desafiador para a maioria dos consumidores, negócios e investidores e governos, mas sempre existe oportunidade na volatilidade.
- IPOs voltarão a partir de abril com empresas “maduras e tradicionais”, diz CEO da B3 – As ofertas públicas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês), que sumiram no ano passado, devem voltar a partir de abril.
- Negociadores do Goldman Sachs veem recuperação de fusões e aquisições no segundo semestre de 2023 – Os principais negociadores do Goldman Sachs Group estão otimistas com a recuperação das fusões e aquisições (F&A) globais no segundo semestre de 2023, apesar da desaceleração do crescimento econômico e do mercado de crédito fraco.
Fevereiro
- Navegando pelo M&A em meio a um mar econômico revolto – Quem acompanha o mercado de investimento sabe que em tempos de incerteza econômica, com alta de juros e baixa liquidez — como o que estamos presenciando agora — apostar em transações de M&A (mergers and acquisitions ou fusões e aquisições) se torna mais arriscado.
- Mais OPAs a caminho – Os bancos de investimento estão ativos com mandatos de acionistas estratégicos ou financeiros de companhias abertas e garantem que vem mais negócio pela frente, de controlador e minoritário.
- Aquisição de companhia listada ganha força no Brasil – Compra de empresas com ação em bolsa, habitual em mercados mais maduros, tem se tornado mais comum no país. Em um período de mais turbulência do mercado e de aversão ao risco, operações de fusões e aquisições no Brasil deverão envolver, com cada vez mais frequência, empresas já listadas na bolsa.
Março
- Incerteza e juro travam investimentos – As incertezas em relação ao rumo da política econômica e o efeito do juro alto devem travar os investimentos no Brasil neste ano e dificultar uma recuperação mais robusta da economia.
- “O novo normal é o velho normal”, diz Romero Rodrigues, da Headline – Ao longo dos últimos anos, o ecossistema de empreendedorismo viveu um crescimento sem precedentes na América Latina por conta dos aportes bilionários de fundos de venture capital em startups.
- Na era dos juros altos, empresas recorrem à venda de ativos para reduzir dívidas – Grandes companhias ao redor do mundo estão colocando à venda partes de seus negócios para fortalecer balanços e fazer frente ao custo de crédito mais elevado. Cerca de 44% dos CEOs dos EUA estão planejando desinvestimentos este ano.
Abril
- Pechincha: com ações mais baratas, Brasil deve ter nova onda de fusões e aquisições – Os ativos brasileiros ficaram baratos e isso pode fomentar um novo movimento de fusões e aquisições no país. Economistas avaliam que as empresas estão sendo negociadas na Bolsa com desconto e, em alguns casos, podem se tornar “pechinchas” aos olhos do investidor internacional.
- Mais empresas estudam oferta para fechar capital – Busca por esse tipo de operação ocorre na esteira de um movimento de fusões e aquisições que envolve companhias abertas.
- Crédito para empresas seca e renegociação de dívida dispara – Diante de um cenário de juro alto, desaceleração econômica, dificuldades no mercado internacional e crise na Lojas Americanas, o crédito corporativo no Brasil secou.
Maio
- Para empresários, 2023 será ‘fraco’ de estreias na bolsa, mas forte em fusões e aquisições – Pesquisa da consultoria Maitreya, mostrou que empresários e consultores não estão confiantes na volta dos IPOs, mas mostram mais otimismo com operações de M&A. O ano passado foi de uma verdadeira “seca” nas estreias de novas ações da bolsa.
- Bolsa é tratada com ‘otimismo cauteloso’ – Ações locais aparecem um degrau abaixo dos demais mercados domésticos nas discussões recentes de alocação, dado o elevado patamar dos juros.
- Firmas de private equity vendem participações ante expectativa de continuidade de valores baixos – As firmas de private equity estão vendendo cada vez mais ações de empresas de suas carteiras com desconto em relação à cotação da abertura de capital, sinal de que não preveem tão cedo uma volta dos valores do mercado acionário aos recordes anteriores.
Junho
- O desafio do private equity: US$ 1,5 tri para gastar, mas faltam bons negócios – Em cenário mais difícil para reunir compradores e vendedores, volume global de negócios caiu 44% em 2023, para US$ 1,1 tri. Empresas de private equity em busca de alocar US$ 1,5 trilhão em aquisições estão tendo mais dificuldade para fechar negócios, à medida que se deparam com obstáculos que vão desde expectativas elevadas para os preços de venda até mercados financeiros difíceis.
- Os três pontos que deixam o J.P. Morgan otimista com a bolsa brasileira – Otimistas em relação à bolsa brasileira há alguns meses, os estrategistas do JP Morgan vinham escrevendo que a recomendação de compra de ativos brasileiros era simples, dados os Preços, mas que era difícil prever o momento da recuperação.
- Ibovespa tem melhor mês desde dezembro de 2020 e melhor 1º semestre desde 2019 – O Ibovespa iniciou a semana em tom menor, com três perdas, mas passada a expectativa, no fim da tarde de ontem, para a deliberação do Conselho Monetário Nacional (CMN) sobre a meta de inflação (tornada contínua a partir de 2025, e mantida a 3% para o ano seguinte), o índice parecia a caminho de engrenar dois dias de leve recuperação.
Julho
- A indústria de fusões e aquisições espera que a atividade global se recupere até 2024 – Desde meados de 2022, a incerteza e a cautela têm sido os denominadores comuns entre os investidores envolvidos na atividade global de fusões e aquisições, mas as expectativas apontam para 2024 como o ano da recuperação.
- Follow-ons em 2023 recuam ao patamar de 2019; perspectivas dividem opiniões – O número de ofertas de ações subsequentes (follow-ons) na B3 em 2023 até o final de maio totalizou cinco, voltando, assim, para os mesmos patamares registrados no mesmo período dos anos de 2019 e 2020.
- Mercado ainda vê Brasil distante de grau de investimento – Ainda que a melhora na nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco Fitch tenha sido avaliada como positiva pelo mercado, a leitura majoritária é a de que, por ora, o movimento não deve disparar um aumento do fluxo ou de demanda para os ativos locais.
Agosto
- Os investidores estão sentados em US$ 271 bilhões. E não é por falta de apetite – Enquanto as empresas estão penando para captar novos recursos, no que ficou conhecido com o inverno das startups, os fundos de venture capital nos Estados Unidos estão sentados em cima de US$ 271 bilhões, um volume cinco vezes maior do que há cinco anos.
- ‘2024 será ano dos IPOs’ – Se os primeiros meses de 2023 foram marcados pelas incertezas, sobretudo dos rumos da economia — do país e global — e de como seria o início da terceira gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, a expectativa para o próximo ano, por ora, parece menos nebulosa e de retomada de negócios.
- Brasil pode se tornar a 8ª maior economia do mundo em 2023 – O Brasil pode voltar a fazer parte do grupo das 10 maiores economias do mundo já em 2023. De acordo com um ranking do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Brasil encerraria o ano na 10ª posição.
Setembro
- Os grandes M&A’s voltaram. Mas o melhor ainda está por vir – A segunda metade deste ano mostra um novo perfil para o ambiente de fusões e aquisições de empresas (“M&A”) no Brasil.
- “Seca de IPOs” pode animar a Bolsa brasileira em um cenário de queda de juros? Morgan Stanley aponta que sim – Seca de aberturas de capital pode ser um bom sinal para o mercado brasileiro? De acordo com o Morgan Stanley, com base em análise de mais de vinte anos do mercado acionário brasileiro, sim.
- CEO do Barclays vê primeiros sinais de recuperação em bancos de investimento – Os investidores estão cheios de dinheiro e os preços dos ativos caíram para níveis mais aceitáveis, segundo C.S. Venkatakrishnan. O Barclays PLC vê sinais de uma recuperação nas fusões e aquisições e de um degelo nos mercados de capitais acionários – uma reviravolta bem-vinda depois que uma queda persistente.
Outubro
- Fusões e aquisições devem ter retomada desigual, afirma consultoria Bain & Company – Após um primeiro semestre fraco, as transações de fusões e aquisições no Brasil e no mundo devem ter uma retomada desigual nos próximos meses, de acordo com a consultoria Bain & Company.
- Os negócios de IPO podem não se recuperar até 2024 – O fraco desempenho do mercado de reposição de alguns grandes IPOs confrontou a ideia de que a janela do IPO foi reaberta.
- Banco Mundial eleva projeção para o PIB brasileiro em 2023, mas reduz para anos seguintes – O Banco Mundial calcula que a economia brasileira crescerá em 2023 mais do que estimava anteriormente, mas projeta expansão ligeiramente menor para os próximos dois anos.
Novembro
- Brasil está barato, mas precisa vender melhor suas qualidades, diz J.P.Morgan – Para estrategista do banco, Brasil tem dois ‘calcanhares de Aquiles’: o baixo crescimento e as dúvidas em torno da condução da política fiscal.
- IPOs e ofertas em 2024: olhando ondas pela janela – Muito se fala em “janelas de mercado”: que elas vão abrir ou fechar ou, ainda, que é importante aproveitá-las o quanto antes.
- Brasil pode entrar em um círculo virtuoso como não teve em anos, diz Ana Botín, do Santander – A presidente do conselho do Santander, Ana Botín, mostrou otimismo com a economia brasileira, que pode crescer 3% este ano.
Dezembro
- Elevação do rating mostra que Brasil ‘acertou a mão’ na economia, diz Febraban – A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou nota indicando que o Brasil “acertou a mão na economia” neste ano, o que foi reconhecido pela S&P, pela Fitch e pela Moody’s “num justo prêmio pelo desempenho econômico e numa clara indicação de que estamos na direção certa”.
- Santander projeta Ibovespa a 160 mil pontos em 2024, mas alerta para riscos – As projeções otimistas levam em conta o corte de juros no Brasil e uma possível queda dos juros americanos. As perspectivas de que os juros nos Estados Unidos caiam mais cedo do que o esperado levaram a bolsa brasileira para as alturas.
- Reforma Tributária aprovada: redução de exceções é positiva, dizem especialistas – A aprovação final da Reforma Tributária pela Câmara foi considerada positiva por especialistas. A mudança no sistema tributário é uma grande conquista para todo o país e era aguardada há mais de 30 anos. O novo modelo de tributação sobre o consumo trará ganhos para todos os brasileiros, que, com mais crescimento econômico, terão mais empregos, mais renda e uma qualidade de vida melhor.
Esses insights mensais publicados pelo Portal de Fusões e Aquisições em 2023 refletiram as principais tendências e acontecimentos no mercado de fusões e aquisições, oferecendo informações valiosas para os interessados nesse setor dinâmico e em constante evolução. Autor Ruy Moura Leia mais no Portal Fusões & Aquisições 30/12/2023